A escultura makonde e a ideia de moçambicanidade

O fenómeno da escultura maconde fundamenta uma das ideias da construção da moçambicanidade. Comunidade do nordeste de Moçambique e o sudoeste da Tanzânia é conhecida pela resistência ao tráfico esclavagista e à penetração da dominação colonial A “aura” de “resistência” facilitou a sua adesão à FRELIMO no período da libertação nacional. Com a independência, os macondes e sua cultura constituem-se como uma das bases da “nação” em construção, dialogando mais tarde com a ideia de nação “índica”. A técnica de trabalho em madeira é reconhecida como singular no tempo colonial. No processo de implementação das estratégias de dominação pelo colonialismo português, várias expedições reconheceram a dimensão singular da escultura maconde. Será também essa qualidade estética que permitirá difundir pela Europa e Améria do Norte o trabalho dos artesãos para o financiamento da luta armada. A independência de moçambique consolida a relevância da escultura maconde como uma das bases da construção da nação. Criaram-se programas de valorizaão do trabalho dos artesãos. Experiencias efémeras nas “barracas” do museus, em Maupto e Nampula. Esta comunicação questiona o lugar da escultura maconde na ideia de moçambicanidade, no âmbito da relação da cultura com o desenvolvimento em Moçambique.Nome, afiliação e uma breve nota curricular (550 caracteres com espaços).

Pedro Pereira Leite, CES-UC


 

Doutor em Museologia, e pós-doutor em museologia social, desenvolve no CES o projeto de investigação “Heranças Globais: a inclusão dos saberes das comunidades como instrumento de desenvolvimento integrado dos território”.(2012-2015) .Tem como objetivo observar a relevâncias no uso da memória social em quatro territórios ligados por processos sociais comuns: Portugal e Espanha, na zona da Fronteira; em Moçambique e no Brasil. Trabalha com objetos biográficos em espaço lusotópicos.