Jovens e protestos políticos num contexto de gestão de impossibilidades: discussão a partir do rap cabo-verdiano

No início dos anos de 1990, na pós-abertura democrática, violentas manifestações juvenis tomaram de assalto a capital do país e nos anos de 2000, novos tipos de violência de rua perpetuada por gangues “americanizados” deu indicações de que as tensões sociais que existiam no período colonial não cessaram com a independência nacional. Mais recentemente, não obstante o país ser considerado internacionalmente como um modelo de democracia e boa governação em África, os protestos sociais e políticos têm-se intensificado no país, trazendo no seu bojo o discurso classista, a questão da “raça”, o apelo a uma segunda libertação popular e a (re)africanização dos espíritos. Com a presente comunicação, baseada em pesquisas efectuadas junto de rappers e activistas sociais cabo-verdianos, pretende-se, por um lado, relacionar o mal-estar social e a (re)emergência da reivindicação da identidade africana por parte de jovens em situação de precariedade com o Estado Pós-Colonial cabo-verdiano e, por outro, inventariar os desafios e as perspectivas desses jovens face a Agenda de Transformação liderada pelo Governo de Cabo Verde.

Redy Wilson Lima, NAVBA-UFBA & Alexssandro Silva Robalo, pesquisador independente


 

Formado em Sociologia (ULHT e FCSH-UNL, Portugal), doutorando em Estudos Urbanos (FCSH-UNL e ISCTE-IUL, Portugal) integrado no CICS.NOVA (Portugal), investigador colaborador do CEsA/ISEG-ULisboa (Portugal), investigador associado ao Núcleo de Antropologia Visual da Bahia/UFBA (Brasil) e professor assistente convidado no Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais (Cabo Verde) & Licenciado em Sociologia (US, Cabo Verde) e tem efectuado pesquisas independentes ligadas às questões de cultura e resistência juvenil no contexto cabo-verdiano pós-independência.