No ano que angola deveria estar a celebrar os seus 40 anos de independência, as notícias que vêem do país não são animadoras. Depois de um período de crescimento económico, eis que uma crise económica afecta o país e de modo mais severo, a sua população, sendo as consequências devastadoras: insatisfação popular, detenções policiais, dificuldades do exercício dos direitos de cidadania, aumento da inflação, escassez de divisas no mercado que tem levado à escassez de alimentos e medicamentos, aumento da pobreza e má nutrição, entre outras, são motivos mais do que suficientes para reflectirmos sobre estes 40 anos de independência. O Antes, o Angola e o Depois são momentos que pretendemos analisar para sabermos afinal o que está a correr mal? Porquê esta situação depois de um período de optimismo? De Cabinda ao Cunene mas também do mar ao leste, passando por todas as outras províncias, qual o balanço de 40 anos de independência? Continuamos a ser um só povo e uma só nação? A luta continua mas será a vitória certa? E de que vitória estamos a falar? De quem e sobre quem?
Ermelinda Liberato, CEI-IUL & FCS-UA
Doutorada em Estudos Africanos Interdisciplinares em Ciências Sociais no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Investigadora Associada no Centro de Estudos Internacionais (CEI-IUL) do ISCTE-IUL. Desenvolve investigações sobre pobreza e estratégias de sobrevivência em Angola e educação e ensino superior em Angola.