Este estudo examina as obras da escritora moçambicana Paulina Chiziane, Niketche — uma história de poligamia (2004), O canto alegre da perdiz (2008) e Balada de amor ao vento, (1990) à luz das teorias feministas e pós-coloniais a partir de Stuart Hall (2000), Joan Scott (2011) e Spivak (2010), dentre outros. Paulina Chiziane, voz transgressiva em meio à produção da literatura pós-colonialista dos Países Africanos de Língua Portuguesa é a primeira mulher a escrever romance em Moçambique. A autora, problematiza em suas obras a questão do feminino, e o faz com maestria tanto em Niketche (2004), como Balada de amor ao vento, publicada em (1990) e O canto alegre da perdiz (2008). Em Niketche, especificamente, desenvolve uma narrativa em que a voz do feminino recupera as histórias da tradição ressignificando-as. Enfatiza as marcas do discurso da oralidade e a voz feminina aponta para um questionamento e para a ruptura daquilo que aprisiona e oprime as atitudes e desejos femininos na sociedade moçambicana pós-colonial.
Algemira de Macedo Mendes, Universidade Estadual do Piauí